Impacto da mobilidade nas cidades e negócios auto
Os dados são evidentes: entram na cidade de Lisboa 370 mil veículos todos os dias, de acordo com o mais recente estudo da Câmara Municipal de Lisboa, divulgado pelo semanário Expresso.
O automóvel continua a ser o meio de transporte mais utilizado nas deslocações dentro da zona da Grande Lisboa (56,3%) - segundo um inquérito à mobilidade realizado pelo INE, com uma ocupação média de 1,6 pessoas no caso de Lisboa e uma duração média de 24 minutos por trajeto.
Como reduzir a utilização do automóvel nas deslocações dentro das grandes áreas urbanas?
O incentivo à utilização de transportes públicos e as soluções de mobilidade partilhada têm sido a grande aposta dos municípios, empenhados em implementar medidas que promovam a mobilidade sustentada, com consequências claras do ponto de vista ambiental e da qualidade de vida do cidadão.
O impacto da mobilidade nas grandes cidades
A redução nos preços dos passes sociais na Área Metropolitana de Lisboa, que entrou em vigor a 1 de abril de 2019, teve um impacto substancial na procura de transportes públicos.
De acordo com Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, o impacto desta medida pode retirar 42 mil veículos da cidade, em que o espaço libertado equivale a 230 quilómetros de fila.
E esta medida será suficiente para resolver os problemas de mobilidade de uma cidade como Lisboa? Para Diogo Santos, consultor da Deloitte, é importante a oferta de um serviço integrado, com soluções de mobilidade partilhada, para incrementar a experiência dos utilizadores nas grandes cidades.
Em declarações à Tips4y, Diogo Santos explicou esta ideia com mais detalhe: “Os estudos indicam que a utilização do transporte público é limitada pela dificuldade que as pessoas têm em aceder da sua residência até às estações do Metropolitano ou paragens de autocarro”. O consultor da Deloitte destaca que a resolução do problema do “first and last-mile” é um dos maiores desafios das cidades para conseguirem reduzir o peso dos automóveis.
Ao permitir utilizar novas formas de transporte – bicicletas, trotinetes, carsharing ou motosharing –, as soluções de mobilidade partilhada promovem maior flexibilidade em locais que o transporte público clássico não consegue assegurar. Desta forma, resolvem a primeira ou a última etapa do trajeto e conseguem canalizar mais pessoas para a utilização do transporte público.
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Desafios da mobilidade no pós-venda automóvel
Como se deve posicionar o mercado de pós-venda automóvel perante esta realidade? O futuro do parque automóvel será necessariamente mais conectado, mais elétrico, com uma grande componente de condução autónoma e com uma percentagem crescente de veículos detidos pelas empresas de mobilidade partilhada.
Os serviços de pós-venda automóvel têm de se adaptar às novas tendências de mobilidade, encontrando novas oportunidades na proposta de valor para o novo perfil de condutor, na digitalização de processos que promovam transparência e agilidade.
Para ultrapassar os desafios que o futuro parque automóvel impõe, as oficinas têm de digitalizar os seus negócios. As oficinas ligadas em rede, que trabalhem a manutenção preditiva com base na excelência da informação técnica, de manutenção e reparação - combinada com os dados auto extraídos do veículo - serão as oficinas capazes de garantir uma diferenciação em nível de serviço e de crescimento de negócio.
Será também uma oportunidade para escalar negócio, tendo em conta que os veículos são cada vez mais propriedade das empresas, onde os operadores do pós-venda automóvel podem preveligiar a gestão de manutenção de frotas e a oferta soluções de mobilidade integradas.
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